A bancada evangélica na Câmara está empenhada em proibir o casamento homoafetivo, criminalizar o aborto, mas ignora casos de estupros, assédio sexual, entre outros crimes praticados dentro das próprias igrejas evangélicas.
Aqueles que apontam o dedo, ditando como os outros devem viver, esquecem que vivemos em um país laico, onde a crença é uma opção e ninguém é obrigado a seguir nenhuma religião, muito menos deixar de fazer algo só porque uma doutrina diz que é errado.
Na verdade, isso vai muito mais além de estar certo ou errado. É questão de direitos, não há o que discutir, apenas respeitar. Mas parece que os fariseus ainda não entenderam que o próprio Cristo não obrigou ninguém a segui-lo e dessa mesma forma, não cabe a ninguém querer impor doutrinas em forma de lei para interferir na vida das pessoas, privando de suas liberdades e escolhas.
O casamento homoafetivo é um direito que não deve ser privado. O que a bíblia diz não deve ser imposto em forma de lei num Estado laico. Esses fundamentalistas são os piores hipócritas que existem, porque nem eles mesmos fazem aquilo que pregam.
Vivem na mentira e passam a maior parte do tempo apontando o dedo para os outros enquanto escondem seus erros. Falo isso com propriedade porque já convivi com evangélicos, ateus, espíritas, candomblecistas, entre outros e os evangélicos são os piores em termos de preconceito, intolerância e hipocrisia.
Ao invés de se preocuparem com os escândalos das suas igrejas, perdem tempo discutindo assuntos que não cabem interferência do Estado como casamento homoafetivo e aborto, temas cujo são escolhas individuais. A Igreja tem o seu direito de não permitir casamento homoafetivo por causa da sua doutrina, mas não tem direito de privar direitos garantidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pelo Estado.
Não é proibindo o casamento que vai impedir as pessoas de serem felizes, não é criminalizando o aborto que vai diminuir o número de abortos. Isso é maior que qualquer igreja.
O projeto de lei não deve prosperar.