O consumidor brasileiro já percebeu que o café ficou mais caro nos últimos meses. De supermercados a cafeterias, o impacto no bolso é evidente, e especialistas apontam que essa alta nos preços pode continuar por um tempo. Mas o que está por trás desse aumento?
Colheita afetada pelo clima
O Brasil, maior produtor e exportador mundial de café, sofreu com condições climáticas desfavoráveis que comprometeram a produção. No ano passado, períodos prolongados de seca seguidos por chuvas intensas reduziram o potencial das lavouras. Estados como Minas Gerais e Espírito Santo, responsáveis por grande parte da produção nacional, registraram perdas significativas.
No Vietnã, segundo maior produtor de café do mundo e líder no segmento de café robusta, a situação não foi diferente. Chuvas acima da média impactaram a colheita, reduzindo a oferta global do grão. Como consequência, o mercado ficou mais pressionado, e os preços subiram.
A demanda continua alta
Enquanto a oferta de café caiu, a demanda seguiu em alta. O consumo da bebida cresce ano após ano, principalmente em países emergentes como China e Índia, onde o hábito de tomar café vem ganhando espaço. Além disso, o aumento da procura por cafés especiais e de maior qualidade tem impulsionado os preços.
No Brasil, mesmo com a alta nos valores, a demanda interna se mantém estável. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o consumo no país registrou um leve crescimento, consolidando-se como o segundo maior mercado consumidor do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Custos de produção e exportação pesam no preço final
Outro fator que tem pressionado os preços é o aumento dos custos de produção. Fertilizantes, combustíveis e energia elétrica, essenciais para o cultivo e beneficiamento do café, ficaram mais caros nos últimos anos. O encarecimento do frete marítimo e dificuldades logísticas também contribuíram para a elevação dos preços internacionais.
Além disso, a valorização do dólar tem levado muitos produtores brasileiros a priorizarem a exportação, reduzindo a oferta no mercado interno. Com mais café saindo do Brasil para atender mercados internacionais, a escassez no país faz com que o preço suba ainda mais para os consumidores brasileiros.
Tendência para os próximos meses
Especialistas indicam que os preços do café devem continuar elevados no curto prazo. No entanto, a próxima safra pode trazer algum alívio, desde que as condições climáticas sejam favoráveis. Se houver uma recuperação na produção, os valores podem começar a se estabilizar ao longo do ano.
Enquanto isso, para o consumidor, a recomendação é ficar atento às promoções e buscar alternativas mais acessíveis, como marcas menos conhecidas ou opções de blends que misturam diferentes tipos de grãos.
E você, já percebeu o aumento do café no dia a dia? Como tem lidado com essa alta nos preços?